Política,
prazer, modernidade, confissão e cinema, surpreendem o público na FLIP
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Professora de Filosofia de Havard e autora do Livro " O encantamento" Lila Azam Zamganeh vem à Flip com Português fluente. Foto: Fábio Sousa |
Franco Iraniana, à alguns
meses a autora aprendia o português, para
conquistar o 7° idioma fluente, veio a FLIP para participar da mesa “ O prazer do texto” e
lançar seu livro “O encantador”. Sabendo que nos em nossos dias o prazer do
texto tem se perdido, devido a correria e o mundo cada vez mais veloz, Lila não
deixou a desejar e surpreendeu a todos com um excelente português durante toda conversa. Receosa, Lila pediu desculpas por ainda ter o
sotaque e cativou o público com sua simpatia e irreverência. Quando questionada
sobre sua inspiração ao escrever seu livro, contou:
- Eu observei que na França há muita falta de
imaginação, muitos romances de autoficção, e nos Estados Unidos, onde vivo
hoje, muitos romances de origem, de identidade. E a transgressão? Sentia falta
da exploração de temas-tabu. Por isso procurei estudar a obra de um autor que
me trouxesse encanto. E Nabokov escreve com êxtase, nele encontrei soluções de
prazer e gozo pela irreverência.![]() |
"Lendo Pessoa a beira Mar" com Maria Betânea e Cleonice Berardinelli Foto: Fábio Sousa |
“Lendo Pessoa a Beira Mar”, mesa 9 que iniciou com um certo atraso, por volta das 20h, com 2 mulheres exuberantes, lendo e interpretando os poemas do poeta português Fernando Pessoa. Maria Betânea e a pesquisadora Cleonice Berardinelli, Dona Cleo como prefere ser chamada, trocaram risos, e expressaram a satisfação de falar sobre o poeta. A pesquisadora confessou que Fernando Pessoa de todos os heteronônimos é o que ela mais gosta, por ele ser grande desde o início de sua primeira obra, ele aparece e aparece, sua poética se revela na astrologia, já à Betânea o poeta foi apresentado, através de seu diretor de teatro e desde então suas poesias servem para todos os momentos e fases da cantora. Com mediação de Júlio Dinis, a mesa encantou o público e recebeu aplausos de toda a plateia.
- Essa é uma daquelas noites que quem
viu, viu. E quem não vai morrer de inveja de não ter visto “, declarou Julio
diante da mesa.
“Uma
vida no cinema” finalizou o terceiro dia da FLIP, com o Diretor de cinema Nelson
Pereira dos Santos e a roteirista Miúcha, que dizem ler e reler Memórias do Cárcere,
por se impressionar com a escrita de Graciliano Ramos.
O
diretor conta como faz para produzir seus filmes: “Meu método é evitar qualquer
método!” Nelson Já trabalhou no Jornal Carioca e no Bornal do Brasil, certa vez,
quando ainda estava no início de sua carreira, recebeu a oportunidade de viajar
para gravar um filme. Viajou para Juazeiro, no Nordeste do país, e conheceu a
figura do Flagelado, a gravação do filme seria na seca do Nordeste, mas ao
chegar, por “sorte” caía uma chuva, em que a seca não pode ser mostrada. Mesmo
passando 3 meses em Juazeiro, a chuva permaneceu. Acabou tendo que pensar rápido
e gravar outro filme, que não teve muito sucesso.
A roteirista Miuxa,
falando um pouco do grande amigo e companheiro de tantos trabalhos diz que
Nelson luta pela ideia dele, e dá tanta liberdade, que acaba todo mundo
querendo opinar no filme.
O diretor tem como dilema o trecho da canção “se alguém perguntar por mim diz q eu fui por aí, levando um violão debaixo do braço”, quando questionado o porquê, Nelson explica que para o aluno que tem interesse em se tornar profissional de cinema, é bom não ser tão graduado, não é necessário fazer como se fosse estudar português ou matemática. Não tem nada para aprender desta forma, cinema sai de cada um, cada profissional, naturalmente.
O diretor tem como dilema o trecho da canção “se alguém perguntar por mim diz q eu fui por aí, levando um violão debaixo do braço”, quando questionado o porquê, Nelson explica que para o aluno que tem interesse em se tornar profissional de cinema, é bom não ser tão graduado, não é necessário fazer como se fosse estudar português ou matemática. Não tem nada para aprender desta forma, cinema sai de cada um, cada profissional, naturalmente.
O diretor conta que 4 anos
depois da guerra, foi para França estudar cinema, mas o navio demorou desembarcar
e ele acabou perdendo a data de
matricula. Confessa ter grande admiração pelo cinema Francês, pelo realismo francês,
o cinema dedicado a realidade do país.
Também falou um pouco
sobre o filme: “como era gostoso meu francês”, gravado na cidade de Paraty, que
foi censurado, totalmente proibido, porque mostrava o “homem nu”. A censura
permitiu que o filme fosse mostrado fora do país, foi de grande sucesso.
Após o sucesso no
exterior, a censura liberou o filme no Brasil, com uma nova edição, agora com
alguns cortes.
A tv comprou o filme e “acidentalmente”,
comprou a edição sem cortes. O filme foi ao ar no horário das 20h, como a
edição original sem cortes, “o homem nu” foi parar na tv, causando grande escândalo,
conta o Diretor Nelson Pereira dos Santos, aos risos e dizendo não ter sido o
culpado.
Aplausos, gritos e gargalhadas, deixou
clara a satisfação do público, ao fim da conversa, e ao fim do terceiro dia da
FLIP, que mesmo com as baixas temperaturas, tem se mantido fiel lotando as
tendas até o ultimo horário da noite.
Por: Camille Rodrigues
Equipe Jornalistas Atentos
Rede FPG
Diretório acadêmico & Comissão de Eventos Jornalísticos
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